Contagem de votos vindos de fora de Portugal com problemas

Contagem de votos vindos de fora de Portugal com problemas

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Eleicoes legislativas terminaram no dia 9 de Fevereiro com a contagem dos votos dos Imigrantes Portugueses. O resultado final deu um empate a 2-2. Na Europa, Paulo Pisco (PS) e Maria Ester Vargas (PSD), fora da Europa, Malo de Abreu (PSD) e Augusto Santos Silva (PS). Fora da Europa o PSD apostou com uma nova equipa (nao nomeando os anteriores deputados), para enfrentar a lista liderada pelo Ministro dos Negocios Estrangeiros – mas o resultado final foi o mesmo.

As noticias divulgadas dizem que 21 das 100 mesas de voto foram desqualificadas. Os votos correctos e legais foram misturados com outros que estavam incorrectos, com falta de documentacao contaminando as urnas e desqualificando completamente a mesa.

Pagaram os que cumprem por aqueles que ignoram as leis – que nao incluiram a copia do cartao de cidadao. Nao nos parece que seja a maneira certa de finalizar a contagem. Os eleitores que cumpriram a lei nao deviam ter sido penalizados. Sera que o nosso voto contou?

Precisamos de uma melhor maneira. Os responsaveis necessitam de ter um melhor treino, instruccoes e indicacoes. E quando em duvida devem perguntar. Mas acima de tudo deve ser cumprida a lei e não deixar que acordos verbais contaminar as mesas.

A grande mudanca da votacao destas eleicoes e que todo o cidadao com cartao de cidadao ficou automaticamente recenseado,  criando a oportunidade de milhares de pessoas poderem participar nas escolhas dos candidatos.

Sera que havera um medo do voto daqueles que vivem no estrangeiros? O aumento de votacao tera que ter uma maior representatividade?

Votacao electronica no futuro? O governo tem quatro anos para trabalhar nesse programa, legal, eficiente e transparente que creio podera ser possivel, de outra maneira ha que melhorar a contagem do votos que vao pelo correio.

Segundo o edital publicado um total de 195,701 votos foram recebidos, dos quais 157,204 foram anulados, ou seja 80% no circulo da Europa. OITENTA POR CENTO. Mas sera que ninguem fez um programa de informacao na Europa de como votar? O numero e supreendente. Imaginem que isso acontecia com os votos do Continente, da Madeira e dos Acores.

Rui Rio diz que alguem deve ser acusado de crime, mas foi o PSD que apresentou protestos apos a maioria das mesas ter validado votos que nao vieram acompanhados de copia de identificacao do eleitor, como a lei exige. “Com os votos misturados nao havendo maneira de os separar e desqualificada a mesa por completo” le-se no artigo do CM-Politica.

Segundo a Iniciativa Liberal (IL) em 2019 o PSD conseguiu a anulacao de 30,000 de imigrantes.  O PSD defende-se que nao teve qualquer culpa afirmando que “a responsabilidade e de quem misturou os votos e nao de quem protestou”.

No Circulo fora da Europa somente 3% foram anulados. Sera porque os radios e os jornais fizeram uma excelente campanha de servico publico e de informacao aos eleitores como deviam votar?

Essa trapalhada nao pode voltar a acontecer. Agora que e sardinha esta nas brasas e queimou-se, fala-se na revisao da lei eleitoral e os comentadores, que de repente se tornaram ‘peritos’, dizem de longe que nesta contagem de votos “nao tratam os eleitores emigrantes com respeito”.

Isso ja sabemos. Como vai ser resolvido o assunto? Nao ficamos contentes porque gastamos muito tempo a relembrar as pessoas como deviam votar, mas  parece que do outro nao foi feito.

2/13/2022

Não respondem as mensagens

A Historia da nossa historia – Não respondem as mensagens

Escreve Fernando Goncalves Rosa

Hoje em dia ate ao fim de Janeiro vários políticos percorrem países em campanha políticas para as eleições legislativas, tentando ser eleitos como representantes das comunidades da Diáspora espalhadas pelo mundo.

Chegam, vem, falam, prometem, andam de clube em clube, de associação em associação, 5 minutos aqui, 10 acola, dão entrevistas aos jornais e comunicação social e quando regressam já são peritos num assunto bem complexo como são as comunidades. Fazem, acontecem, mas na grande maioria todos sofrem do mesmo problema – uma vez passado este período quase ninguém liga a gente, nem respondem as mensagens ou pedidos e não cumprem com aquilo que prometem. Há tantos exemplos escrito nas páginas desse livro.

E pena e triste e uma grande falta de educação. As pessoas merecem respostas.

‘Sim, sim, contactem, digam estamos aqui para os ajudar”- dizem la do alto do palanque. Com raras excepcoes as mensagens não são respondidas, as cartas são ignoradas ou então respondidas tempos depois e as promessas não serem cumpridas.

E a história actual e precisamente igual ao do passado daqueles que vivem longe e esses indivíduos esqueçam que se dedicassem a causa e responder as mensagens que poderiam ajudar a resolver os problemas que existem. As comunicações e normalmente “one way street” vai mas não volta.

Este ano dois dos partidos principais tem um residente na sua lista mas raramente são eleitos. Das listas são nomeados quatro. São dois eleitos e as duas candidatas estão em numero 3 nas listas. Em caso de Victória o cabeça de lista poderá vier a fazer parte do Governo. Já aconteceu no passado mesmo que temporariamente. Em Portugal os políticos eleitos não perdem a posição/carreira. Podem sempre voltar a sua posição – o substituto vai empandeirado logo que haja mudança. Ocupa a posição por algum tempo ate as próximas eleições no máximo ou remodelação de gabinete.

Nos partidos actuais no PS o cabeça de Lista, o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, com certeza que vai ocupar a mesma posição se ganhar, se o PSD vencer o cabeça de lista poderá ocupar a Secretaria de Estado das Comunidades. As comunidades servem para eleger 4 deputados que podem dar maioria, e que actualmente estão divididos.

Visto de Longe

A cátedra de José Saramago e a Universidade de Trás os Montes tem criado discussão e uma certa controvérsia, mas visto de longe, acho que e uma grande oportunidade para uma Universidade do interior ter o prestigio de uma cátedra associada com um Premio Nobel da Literatura e com isso todos os possíveis benefícios. Essas oportunidades são raras e como Portugal só tem esse Nobel da literatura pode ser benéfico e chama a atenção para o interior.

E que a discussão também possa levar a criação de outros programas e cadeiras com autores da região. Assim o esperamos

Jan. 15,2022

“Resilience in the Face of Adversity- A Portuguese Immigrant lives the American Dream”

O livro de Mario Carmo.

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Resilience in the Face of Adversity- A Portuguese Immigrant lives the American Dream” (Resiliencia na cara de adversidade – um imigrante Português vive o sonho americano) e o título do livro lançado por Mário Vinhais da Carmo, Tenente Coronel reformado dos fuzileiros navais norte-americano (US Marines) relatando a sua experiencia de imigrante nos Estados Unidos.

Nascido em Faiões, Chaves, reside actualmente em Palm Coast na Florida, depois de ter passado tempo entre outros lugares na Califórnia e em Virgínia / Washington onde esteve estacionado na sua carreira militar. Chegou a cidade costeira de Bridgeport, com a família ainda muito jovem. Frequentou o liceu Central High School, onde nos cruzamos. Terminado o liceu alistou-se nos fuzileiros navais americanos, durante alguns anos. Regressou a casa frequentou a Universidade de Fairfield, jogou futebol, envolveu – se com o Centro Cultural Vasco da Gama e a construção da sua sede. Resolveu seguir a sua vida militar.

As 100 páginas do livro, a venda na Amazon, contam passagens em detalhes desde jovem da sua infância em Trás-os-Montes, a sua chegada aos States e sobrevivendo trabalhando de noite e frequentando a escola de dia. Paginas onde se lê sobre dificuldades e sucessos, mas acima de tudo de luta constante para conseguir para vencer. Parte dessas páginas reflectem a vida de muitos jovens chegados aos Estados Unidos na década dos 60’s quando havia necessidade de trabalhadores e de militares. No pico da guerra passou pelo Vietnam, onde foi ferido, Baia de Guantánamo em Cuba, Deserto Storm no Medio Oriente, Okinawa, Japão, Hawaii, Kuwait, Brasil,

 “Escrevi este livro para deixar um documento testemunho a minha filha e ao meu neto– explica o Tenente Coronel a sua razão da criação do livro e contando os passos do princípio ate a reforma militar.

Mário Carmo além da sua carreira militar de grande sucessos, onde foi ferido e o levou a correr mundo, também tem todo um grande envolvimento comunitário tendo sido presidente do Club Rotário e do Centro Cultural Português em Palm Coast, onde actualmente vive. O treino militar faz com que ele corra as maratonas comunitárias, as quais se juntava a filha. O livro relata a historia de vencer e uma historia por excelência de um jovem transmontano que tirou vantagem da experiencia americana, que nos relata os dilemas da vida e os problemas com a saúde, pouco depois da saída da tropa e o de tentar cuidar dos pais a distancia.

Recebeu um mestrado em recursos humanos e gerência de pessoal pela Peperdine University.

Este livro e um tesouro espectacular para a família dele e uma inspiração para aqueles que o lerem” escreveu Wanda Mayer.

Bridgeport um porto histórico, a maior cidade do estado de Connecticut, com uma população de 148,654 (2020), Localizada na foz do Rio Pequonnock River em Long Island Sound, fica a 60 milhas de Manhattan. O seu porto teve um papel importante na guerra da Revolução e Independência dando o apoio a o exército continental. Conhecida como a Cidade Park tem cerca de 1300 acres de Parque, incluindo um zoo e vários museus.

Existe uma comunidade com raízes profundos em Trás-os-Montes, por vezes aldeias foram transplantadas como foi o caso de Codeçoso, Montalegre. Tem O Centro Cultural Vasco da Gama fundado na década dos 20’s, e Escola Portuguesa, Igreja Católica Nossa Senhora de Fátima, e Portuguese American Civic League que apoia os estudantes.

Na década dos 60’s ali chegavam centenas de milhares de pessoas a procura de uma oportunidade quer educacional quer de emprego. Muitas encontraram ambas e deram um novo rumo a sua vida.

Mario do Carmo Vinhais foi um desses jovens. Optou pela carreira militar e teve sucesso. Deu-nos um testemunho das suas aventuras de uma vida que nem sempre foram fácil, mas foram espectaculares, baseadas no trabalho e na dedicação.

Escritor Júlio Dinis faleceu há 150 anos

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Em 2021 celebrou-se 150 anos da morte do escritor Júlio Dinis, o autor de um das mais populares novelas ’As Pupilas do Senhor Reitor” que nos anos 60 era leitura obrigada nas aulas de Português no liceu.

Júlio Dinis, o pseudónimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nasceu em 14 de Novembro de 1839 na cidade do Porto. Formou-se em medicina mas dedicou a grande parte da sua vida a escrita, apesar de muitos dos seus trabalhos terem sido publicados depois da sua morte. Foi considerado “o primeiro grande novelista da classe media Portuguesa.”

Mudou-se para Ovar com a esperanca de vencer a tuberculose que o tinha atacado. Ai escreveu “As Pupilas do Sr. Reitor”, o seu mais popular livro, publicado em 1867. Tinha 28 anos. Tornou-se de tal maneira popular que em 1900 já tinham sido tido 14 edições. Historia campesina de Pedro e Daniel, filhos do lavrador José das Dornas e Clara e Margarida com cenário numa aldeia minhota. Pedro e Clara continuaram na azáfama da Lavoura, Daniel tornou-se médico, Margarida professora.

Foi um trabalho que li e reli pelo seu estilo simples e que me apelava. 

Júlio Dinis era um grande defensor da vida campestre, vendo na vida urbana os caminhos mais fáceis para a degradação da alma e é esse o plot principal que o autor dá para Daniel”. – Isabel Araújo no seu blog.

Uma Família Inglesa, escrito em 1868, relatava a história da sua família (sua mãe era inglesa). Em 2020 foi o seu primeiro trabalho a ser traduzido para Inglês por Margaret Jill Costa.

Na juventude de 32 anos Júlio Dinis faleceu no Porto em 1871 de tuberculose, doença que vitimou os seus oito irmãos, sua mãe e avo. O Porto ergue-lhe uma estátua e Gondomar deu o seu nome a uma escola.

Se nunca leu este escritor português, morreu cedo demais  e responsável pela transição do romantismo, nunca e tarde para experimentar.

“Em todas as separações, tem mais amargo quinhão de dores o que fica, do que o que vai partir.”

Obras de Júlio Dinis

Fotografias Publicas

Notas Soltas

Armando Fontoura natural de Montalegre, residente em Newark, NJ foi reeleito para mais um mandato como Xerife do condado de Essex com 107,658 votos. Presença assídua na comunidade Portuguesa fez parte da Comissão de Honra que ajudou a planear os 100 anos do Sport Clube Português de Newark, NJ, lembrou no seu discurso eloquente que “Newark deve a sua revitalização aos Portugueses porque quando todos os outros saiam os Portugueses entraram e ficaram e reconstruiram.”

Armando Fontoura assumiu o cargo em 1990 e e a individualidade que na historia do condado esteve mais tempo no cargo. Parabéns e sucessos

BOAS Festas e Feliz Ano de 2022 com desejos de Paz, saúde, felicidade e prosperidade

2021 A cidade Imaginaria de Seixas da Costa

2021 A cidade Imaginaria de Seixas da Costa

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

O Jornal Letras publicou que iria ser lancado um livro da autoria do diplomata Francisco Seixas da Costa reunindo textos publicados no seu blogue entre 2009-2011.

A Cidade Imaginaria, uma edição da Biblioteca Municipal de Vila Real, de 492 paginas saiu com numero reduzidos de exemplares. A biblioteca informou-nos que a obra já estava esgotado.

“Uma edição voltada para amigos, e a Vila Real, mas que pede pelo seu encanto uma edição para o público, Seixas da Costa lança o “A Cidade Imaginária”, de reminiscências de sua terra natal, dos anos em que lá viveu e onde tem a casa que é um refúgio para suas leituras e textos a Vila Real. E uma leitura deliciosa, como todos os seus textos, muitos no concorrido “blog” do qual é titular. Aliás, talvez, pela vida passada longe de Portugal, homens como Eça e Seixas da Costa valorizem muito a terra em que nasceram”. Escreve o jornal o Diabo.

“Os textos são deliciosos, têm um equilíbrio entre todos, que se percebe, presente e se sente do princípio ao fim do livro. São textos que, tendo aparecido isoladamente, não estabelecem uma sequência entre si. E possível ler este livro de trás para a frente e se quiserem, ser um livro de cabeceira, e saltitar de um texto para outro”, Este livro “não se resume a um interesse meramente local”. É evidente que para Vila Real é um livro particularmente interessante as é igualmente interessante para além das fronteiras de Vila Real” – Ribeiro Aires do Jornal Noticias de Vila Real.

Nascido em Vila Real, entrou na carreira diplomatica em 1975, correu mundo e conheceu culturas ao serviço de Portugal. Entre 2001-2002 ocupou o cargo de Representante Permanente de Portugal perante as Nações Unidas (UN). Os nossos caminhos cruzaram rapidamente e como director da Portuguese Foundation (co-fundador em 1991) tínhamos interesse em apresentar diferentes palestras a comunidade de língua portuguesa. O Dr. Antonio Cirurgiao, transmontano, professor catedrático na Universidade de Connecticut coordenou os encontros com alto nomes da sociedade portuguesa. Conseguir o Representante Portugues na UN seria um evento super especial. Aceitou o meu convite para um coloquio, que nunca se chegou a realizar, com muita pena, pois não foi possível encontrar nesse curto espaco de tempo uma data disponível devido uma agenda sobrecarregada. Seixas da Costa tem imensas historia para contar de uma vida com tantas actividades e curiosidades.

Deixou NY para Viena de Austria, depois do Brasil e Franca. Retirado da vida diplomática, serviu como chairman de Global Challenge em Lisboa, como professor convidado e Presidente do Conselho geral da UTAD.

Sigo os seus escritos nas paginas que nos apresenta no Facebook e blogue (Duas ou Tres Coisas). Um transmontano de grande valor e que tem representado bem o pais durante muitos anos. Talvez um deste dia tomamos café em Vila Real.

Dr. Antonio A. Cirurgiao- autor transmontano e professor

Escreve Fernando Goncalves Rosa

Dr Antonio Cirurgiao, Nascido em Soutelinho da Raia, uma aldeia fronteiriça no extremo do concelho de Chaves, a caminho de Montalegre. Os nossos caminhos cruzarem no início da década dos 70, pouco depois de ele ter chegado a Universidade de Connecticut (UCONN), quando nos envolvemos tentando expandir a cultura e língua portuguesa, e durante anos apresentamos eventos culturais e desenvolvemos uma sã amizade.

Marco na fronteira de Portugal e Espanha em Soutelinho da Raia

O exponente máximo da intelectualidade de Connecticut, como conselheiro do cônsul, com 88 anos, descansa a sua jubilação, escrevendo, sem sequer pensar em toda a ajuda e colaboração que deu a tantas carreiras de sucesso.

UCONN, a principal instituição de ensino superior do estado, fica localizada na vila de Storrs. Fundada em 1881 hoje tem mais de 32,000 estudantes e considerada uma das melhores universidades públicas dos EUA e a melhor na Nova Inglaterra. Ligado também a universidade são o UCONN Health e o Hospital Universitário John Dempsey Hospital, assim como os Laboratórios Jackson que fazem pesquisa. Mais de 4,000 professores e auxiliares e outros 5, 000 estão nessa parte da saúde. Varias bibliotecas de pesquisas, que “compõem a maior coleccao de pesquisas em todo o estado”. O rinque de patinagem sobre o gelo leva o nome de Mark Edward Freitas, um luso-americano de sucesso. O campus ocupa uma área de 17.8 Kms2.

O Dr. Cirurgião teve um enorme impacto, nos jovens que aqui chegaram na década dos 70, ajudando a traduzir e apresentar as suas equivalências na Universidade de Connecticut e muitos lhe devem a sua carreira depois de terem sido admitidos. Foi um dos indivíduos que teve um grande impacto no futuro desses jovens.

Na celebração dos 25 anos da Portuguese American Leadership Council of the United States (PALCUS) em 2015 recebeu o Premio de Lideranca – Leadership in Academia. Thank you my friend transmontano.

Septembro 1, 2021

O texto publicado no livro dos 25 anos de PALCUS

EADERSHIP IN SCHOLARSHIP AWARD António Cirurgião António A. Cirurgião, Professor Emérito, nasceu em Soutelinho da Raia, concelho de Chaves, Portugal. Estudou nos Seminários Salesianos, tendo feito o Curso de Filosofia e parte do Curso de Teologia, e frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Em 1962 foi para os Estados Unidos, com a intenção de estudar Direito. Tendo optado pelas Letras, fez o M.A. em Francês, em Assumption College, Massachusetts, em 1965, e em 1970 concluiu o Ph.D. em Espanhol e Português, na Universidade de Wisconsin, em Madison, sob a direcção de Lloyd Kasten e Jorge de Sena. Em Portugal, ensinou Português, Francês, Geografia, História Universal e Matemática nas Escolas Salesianas e na Escola Académica de Lisboa, durante alguns anos. Nos Estados Unidos, ensinou Francês e Latin em Chester High School, Massachusetts (1963-64); Espanhol e Francês em Worcester Academy, Massachusetts (1964-65); Espanhol, Francês e Latim em Fort Hays Kansas State College, em Hays, Kansas (1965-66), e na Universidade de Nevada, em Reno, Nevada (1966-68); em 1969 foi contratado pela Universidade de Connecticut, em Storrs, Connecticut, e aí ensinou Espanhol e Português, durante trinta anos. Recebeu o contrato vitalício em 1973, e foi promovido a professor catedrático em 1980. Em 1983 e 1987, ensinou na Universidade da California, em Santa Barbara, na qualidade de Professor Visitante. Jubilou-se em Julho de 1999. Em 1981 António Cirurgião foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique; e em 2009 foi agraciado com uma Citação Oficial pela Assembleia Geral, com outra pela Governadora e com uma terceira pelo Ministro da Justiça do Estado de Connecticut. Além de colaboração dispersa por dicionários e enciclopédias e por revistas e jornais portugueses e estrangeiros, publicou as seguintes obras: Fernão Alvares do Oriente: O Homem e a Obra, Paris, 1976; O “olhar esfíngico” da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, 1990; A Sextina em Portugal nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, 1992; Novas leituras de clássicos portugueses, Lisboa, 1997; Leituras alegóricas de Camões, Lisboa, 1999; De Eça a Jorge de Sena, Lisboa, 2009, e editou os seguintes livros, com introdução e notas: O Cancioneiro de D. Cecília de Portugal, 1972; Fernão Álvares do Oriente, Lusitânia Transformada, 1985; Duarte Dias, Várias Obras em Língua Portuguesa e Castelhana, 1991; Manuel Quintano de Vasconcelos, A paciência constante – discursos poéticos em estilo pastoril, 1994; João Nunes Freire, Os Campos Elísios, Lisboa, 1996. Ultimamente, tem vindo a publicar em blogues crónicas de carácter memorialista e tem prontos para publicação uma análise crítica de Poemas Ibéricos de Miguel Torga, uma colectânea de ensaios sobre literatura brasileira, dois volumes de Diário e um romance.

Gloria

2021 Viagem a Portugal no Outono: Gloria

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Encontramos Lisboa inundada de cartazes, numa enorme campanha publicitaria promovendo a serie Gloria que já esta disponível e a ser passada, sendo a primeira serie produzida em Portugal, para Netflix. Em quase todos os cantos foi colocado um cartaz.

Uma produção de Pedro Lopes, tem lugar na aldeia de Gloria do Ribatejo na época de 1968, durante o Estado Novo de Oliveira Salazar.

Glória do Ribatejo e Granho  (oficialmente, União das Freguesias de Glória do Ribatejo e Granho) é uma freguesia portuguesa do município de Salvaterra de Magos com 83,19 km² de área e 4 107 habitantes (2011). Foi criada aquando da reorganização administrativa de 2002/2013,  resultando da agregação das antigas freguesias de Glória do Ribatejo e Granho.

Salvaterra de Magos é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Santarém, e à antiga província do Ribatejo, com cerca de 6 200 habitantes. É sede do município de Salvaterra de Magos com 243,93 km² de áreae 22 159 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Almeirim, a leste e sul por Coruche, a sudoeste por Benavente e a noroeste pela Azambuja e pelo Cartaxo.

Gloria e uma historia de espionagem profunda, mentiras, suspense, segredos, sendo o elenco uma mistura de actores portugueses e americanos que poe frente a frente as capacidades da KGB (Rússia) e da CIA (USA) durante o período da Guerra Fria. A parte focal e uma estacão de radio (RARET) aberta em 1951 e fechada em 1996. Num descampado foram construída instalações, levantadas antenas para retransmitir a mensagem anti- comunista de Radio Free Europa. A posição anti comunista do governo Português permitiu todas essas operações. Todas essas facilidades foram abandonados quando a estacão fechou na década dos 90’s.

O Governo de Salazar, na sua ansia de combater o comunismo, permitiu aos americanos criar em Gloria do Alentejo, uma nova aldeia, instalar todo o tipo de antenas e equipamento, construir casas, para apoiar cercas de 500 pessoas que ai trabalhavam com os americanos na transmissão de informação sobre o tao chamado mundo livre. A propaganda do Oeste. Um período que se desenvolveu depois de terminar a II Guerra Mundial, na chamada guerra fria. Em 1968 a Rússia preparava (e fez) a invasão da Checoslováquia, estudantes protestavam em Paris e nos outros países, Estados Unidos na Guerra do Vietnam preparava a invasão de Cambójia. Presidente Johnson ocupava a Casa Branca e não concorreu a reeleição abrindo a porta a eleição de Richard Nixon. Protestos na nação americana contra a guerra, e demonstração sobre os direitos humanos. E nesse verão quente desse ano, saímos de Portugal para os Estados Unidos.

Não e só em Gloria que exista a presença americana. As ilhas dos Acores também foram objetivos. Em Dezembro de 1943, respondendo ao pedido inglês para ampliação do campo de Aviação das Lajes o governo Português autorizou técnicos especializados, mas não militares. Mais tardes pediram concessões para a ilha de Santa Maria, em acordo assinado em Novembro de 1944, mas o pedido mais uma vez teve a intercedência dos ingleses junto do governo português para uma concessão. Os ingleses abandonaram as Ilhas em 1946. Os americanos ficaram durante anos, enquanto foi conveniente e necessário para eles, expandindo a base de Lajes na Terceira e depois deixando ao abandono quando não lhes interessou já no seculo XXI, foi há poucos anos.

Na década dos 60’s decorria a guerra colonial nos territórios de Africa. Salazar recusa-se a negociar com os movimentos independentistas. Todos os sacrifícios, medos, heróis e coragem, torturas da tropa portuguesa. O Salarismo dava apoio a CIA/USA em Gloria do Ribatejo, e as bases nos Acores enquanto os Americanos subtilmente apoiavam os movimentos independentistas com armas e outros recursos na luta armada na Guine, Angola, Mozambique contra as tropas portuguesas tudo na esperança de mais tarde pode retirar os recursos ai existentes. Que estranha forma de viver e resolver problemas. Sempre ganha o pais dos grandes contra os pequenos.

E no regresso da minha viagem de Outono vi seguidamente os 10 episódios que foram preparados para a Netflix. Produção com violência contra as mulheres, pesada em mortes rápidas, sabotagem, espionagem, com bom tema e que segundo dizem a serie televisa mais cara produzida em Portugal, de grande qualidade e que fez de João Vidal (Miguel Nunes) um excelente agente do KGB. Fico esperando pela segunda época.

Novembro 11, 2021

Em 2020 Perdi o meu amigo 40.

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Ao voltar a pagina do calendario notamos que fazia um ano que o nosso grande amigo 40 nos deixou. Foi o ano passado no fim de Agosto que perdi um grande colega, amigo da boemia. A distancia nao nos deixou despedir dele. Sinto a sua falta. Foi um grande amigo. Como um irmao mais velho, podemos dizer. Sempre pronto a ajudar.

Conheci o Quim quando ainda era miúdo em Montalegre. Era o filho do Sr. Cinzas que tinha um talho no largo do Pelourinho, ao fundo da Rua Direita em Montalegre. Jogava futebol, era conhecido com um bom guarda redes do Clube de Montalegre e já novo dizia que calcava a chuteira numero 40, que na altura era ter um pe grande. E o cognome pegou e passou a ser conhecido por Quarenta, a quem tinha o nome de Joaquim Moutinho da Silva.

Os nossos mundos separam-se. Ele foi para tropa e  cumprido o serviço militar viemos a reencontrar-nos no meio da comunidade da Diaspora Transmontana. Fomos encontra-lo em Ludlow uma pequena vila no Oeste de Massachussetts  com um grande numero de transmontanos onde ele  e a sua querida esposa Carmelinda geriram um bar restaurante a que apropriadamente deram o nome de “Montalegre” e que durante muitos anos era o lugar de encontros de muitos Portugueses e americanos da área e arredores. Tambem chegou a ter uma estacao de radio.

Já tinha sido americanizado o Quim passou a ser o Jack e o Quarenta a ser o Mr. 40, mas do resto tudo igual.

Recordo de imensas vezes chegar ao seu Restaurante / Bar com amigos já a hora de fechar mas sempre eramos atendidos. Uma noite de domingo vínhamos de Boston, já tarde. Paramos no seu restaurante. Havia um casal e uma azafama de limpar e arrumar. A servente informou-nos que a cozinha já estava fechada e que o restaurante também. O Quarenta estava no bar a atender os clientes reconheceu a voz e veio ter com ela dizendo que quando ela acabasse que poderia sair porque ele iria servir-nos.

Mais tarde resolveu passar uns tempos em Montalegre com a família e em conjunto com uns familiares fazer investimento na vila. As coisas não chegaram a correr como eles queriam e o Quim Silva/ 40 resolver regressar aos States e abrir um restaurante na baixa da cidade de Bridgeport que se chamava Mr. 40 (o 40 reaparecia). Esse restaurante acabou por fechar e durante tempo em questões legais com a cidade que resolveu tomar conta do edficio e ai construir outras projectos.

Apareceu com o Carmelina localizado perto da estacao da policia e que manteve cerca de 8 anos. Um grande com bar, sala de jantar e sala de jogos. Ai passamos muitas noites, apesar de viver longe.

Um ano o amigo Quarenta resolveu organizar um grupo que levou a Feira do Fumeiro e durante vários dias americanos e luso americanos passearam em Montalegre, tem do como guia o Jack Silva.

Nossa amizade era grande e genuina. Jack/ 40 sempre me dizia que quando passar por ali mesmo que seja tarde e a cozinha esteja fechada, nunca “vais para casa sem comer, arranja-se sempre algo mesmo que seja o presunto e chouriça e pao” e o restaurante dele era conhecido por ter um excelente presunto. Ela sabia que andamos em constante movimento e passar por Bridgeport era quase mandatorio nas nossas viagens.

Colaboramos com ele na apresentação de vários espectaculos e sempre que estava presente pedia-me para fazer a apresentação dos artistas e depois de encerrado havia o convívio com eles.

Com o passar do tempo já reformado resolveu dividir o seu tempo e passar alguns dias em South Carolina onde vivia a única filha com o marido e a neta e em Montalegre onde se sentia feliz, conhecia toda a gente e recebia os amigos com abraços, a volta da sua mesa.

Era um amigo especial, sempre dizendo presente. Ajudou a resolver varias situações como so ele sabia. Lembro-me de uma visita em que ele insistiu que tínhamos que conhecer o Presidente da Camara e com este trocar impressões.

Na ultima visita, deixou de acabar os seus afazeres para nos ajudar a resolver varias situações, sentamos a mesa com folar, presunto, pao centeio e caldo verde para merendar. Uma mesa farta e com grande amizade.

Combinamos um grande encontro na próxima viagem. Veio a pandemia e adiou todos os planos, incluindo a minha viagem. E ele faltou ao compromisso quando um terrivel doença o levou rapidamente. O meu coracao ficou triste quando soube da noticia e ainda não recuperou. Grato pela tua amizade, Descansa em Paz e continua as tuas conversas que tao sabias contar com o Santo.

Ate ao nosso próximo encontro, um ate sempre, Jack/Mr.40/Quim/Cinzas e 40.

Agosto 2021

{Fotos cortesia dos arquivos}

Mafalda Moutinho – uma autora Transmontana de literatura juvenil

Escreve: Fernando Goncalves Rosa

Uma nota da Amazon falava do lançamento do livro “The Book of Secrets” (A Lenda do Livro dos Segredos) da autoria de Mafalda Moutinho que foca a importância da leitura.

Mafalda Moutinho apesar de ter nascido em Lisboa tem as suas raízes em Trás-os-Montes de onde o seu pai e oriundo. Presentemente vive na Itália e esta “Lenda dos Livro dos Segredos” e o 17º volume da Coleccao Os Primos.

Já la vão uns anos que a conheci. Foi no mês de Junho durante a Feira Internacional do Livro que o meu irmão José, advogado e a residir em Lisboa, me levou a essa feira que ocupava espaço no Parque Eduardo VII, um parque enorme em forma de retângulo que ocupa cerca de 26 hectares (64 acres) em frente da rotunda que tem a estatua do Marques de Pombal, la no alto para se ver bem, com os seus enormes leões.

Encontramos a Mafalda falando com os seus leitores, clientes, apresentando os seus trabalhos, dando autógrafos e falando da coletânea dos Primos, que já vai em 17 volumes. 

Iniciou-se a escrever em 2004, os seus trabalhos fazem parte do Plano Nacional Português de Leitura e segundo Amazon e considerada “ uma das mais significantes autores em recente literatura juvenil Portuguesa”.

Licenciou-se no Instituto Superior de Ciências, tirou mestrada em Londres e disse-nos que era mulher o mundo pois já tinha vivido ou viajado para imensos lugares para fazer a pesquiza para os seus livros que são parte historia e parte fantasia. O seu livro de 2021 esta no prelo e deve ser lançado no fim do Verão de 2021 com o titulo “O Segredo do Velho Palacete”, será o numero 18o da coleccao.

O parque Eduardo VII leva o nome do Rei Inglês que visitou Lisboa em 1903, previamente chamava-se Parque da Liberdade (gosto mais desse nome- ai parece haver muita liberdade e actividades) e foi redesenhado pelo arquitecto Francisco Keil de Andrade em 1945 em termos modernísticos.

No retângulo localizado numa das colina da cidade que tem sete, encontramos do sul essa gigantesca estatua do Marques a dominar a rotunda e do lado norte deparamos com um enorme bandeira que um dos transeuntes nos tentou explicar que era a maior bandeira portuguesa do mundo (que e grande e!). Essa mesma bandeira faz parte do monumento da liberdade que relembra o 25 de Abril, com 4 enormes colunas, pedras e um pequeno lago, na Alameda Cardeal Cerejeira. Deste miradouro disfruta-se de uma das mais magnificas e espectaculares vistas de toda a Lisboa, deixando os nossos olhos divagar ate ao Rio Tejo levando-nos lentamente pela Avenida da Liberdade em direccao ao rio e desviando periodicamente pelo aos outros bairros. No parque existem varias estufas e um excelente restaurante, onde disfrutamos de um excelente almoço e serviço. Ao pé do Marques foi construído um túnel com o mesmo nome que liga as Amoreiras.

O parque com os seus desenhos de jardinagem espectaculares, visíveis e reconhecidos em toda a Lisboa e limitado por quatro avenidas: Sidónio Pais, onde se encontra o Pavilhão Carlos Lopes, Rua Castilho e as Alameda Edgar Cardoso e Cardeal Cerejeira, e usado para muitas actividades mas especialmente na época natalícia apresenta uma decoração e milhares de luzes em vários formatos muitas actividades

Na feira do Livro, no Parque Edward VII conheci a Mafalda Moutinho autora prolifera excelente conversadora, conhecedora de meio mundo (o que deixou com ciúmes) simpática e tal como me foi informado “Afilhada do seu irmão” e “ uma das mais significantes autores em recente literatura juvenil Portuguesa”. E filha do trasmontano Abel Luis Fontoura Moutinho.

Septembro 1, 2021

11 de Septembro – 20 anos

Escreveu: Fernando Goncalves Rosa

As imagens que chegam do Afeganistão eram esperadas há tempo, mas não tão rapidamente. O presidente do país fugiu com helicópteros e carros carregados de dinheiro, segunda informação divulgada pelos russos. Os membros do grupo Taliban ocupam o Palácio Presidencial, enquanto as tropas Americanas tentavam controlar o aeroporto e mais tropas tiveram de ser enviadas de prevenção para manter a segurança do Aeroporto. As tropas afegãs, treinadas durante 20 anos não ofereceram resistência quando Joe Biden, presidente americano, anunciou a retirada das tropas até ao fim de Agosto, cumprindo assim com as negociações que o ex-presidente tinha feito com os Talibans reduzindo o número de tropas de 14.500 para 2.500 e anunciando que em 2021 todos os militares abandonariam o país.

US troops

Ex-presidente Trump disse à nação que 20 anos de guerra eram suficientes, que tinha boas relações com os Taliban e que houve negociações para a retirada das tropas até Maio de 2021. Surpresa foi que essas negociações não envolveram o governo do país. Prisioneiros Talibans foram libertados como parte das negociações e reintegrados nas fileiras dos assaltantes. Somos da opinião que o maior erro norte-americano foi não ter abandonado mais cedo, ou melhor, nunca se ter envolvido no solo daquele país que é propício a criação e propagação de grupos terroristas. Depois dos ataques aos lugares americanos e da parcial retaliação dos americanos, destruindo os lugares de refúgio de Al Qaeda, não deviam ter la ficado com intenção de reconstruir a nação. O ideal seria fazer os ataques e regressar às bases. O país vai guardando os grupos terroristas, devido às condições do território e fácil aí ficarem sem preocupações. Essa ideia de recuperar e reconstruir um país, depois de destruido não é sempre o melhor ideal. Ninguém veio ajudar com os estragos norte americanos. Guerras de religião não se ganham contra fanáticos.

Há vinte anos, o mundo acordou de um pesadelo do qual os Estados Unidos ainda não recuperaram e o mundo tão pouco. Eram 8:46 da manha de New York, quando aviões das linhas aéreas americanas comandados por indivíduos de nacionalidade Saudita embateram contra as torres gémeas de Nova York, contra o Pentágono e o outro que caiu nos campos de Pensilvânia, quando os passageiros se revoltaram. As torres caíram, o Pentágono em Washington levou um rombo enorme e os campos da Pensilvânia manchados de sangue. Passados vinte anos, a nação americana não recuperou, vinte anos de ataques no Afeganistão onde morreram um grande número de soldados e civis. As ordens do Presidente Biden para a retirada das últimas tropas abriu o caminho rapidamente aos Talibans, que governaram o pais de 1996-2001, para acelerar os objectivos. Resta a evacuação, que até poderia ser parecida com a saída do Vietname. A evacuação deveria ter sido melhor planeada, quer por uma administração quer pela outra, pois desde Maio de 2020 era sabido que as tropas americanas iriam abandonariam o país, retirando mais pessoas e não ficando na posição que se encontravam de não poderem defender-se de possíveis ataques, simplesmente com 2.500 tropas. Esta é a guerra de vários presidentes e não só do último, mas é este que tem que fechar a porta. Foi George Bus , foi Obama, Trump e agora Biden. E dos americanos e dos europeus e dos aliados, mas os maiores e mais fortes são os que ficam ate ao fim, sem ter atingido os objectivos. Os talibans regressam ao poder, a um país destruído, mas altamente mudado, onde existe a corrupção, e as tropas com limitações e que se recusaram a lutar, perdendo o desejo de luta, apesar da ajuda que recebeu do estrangeiro, viram os adversários e renderam-se e amanhã juntam-se a eles. É a cultura diferente do Oeste.

Mas, regressando ao 11 de Setembro de 2011 existem perguntas no ar. Nenhuma acção foi tomada contra a Arábia Saudita (donde eram oriundos os atacantes ao território norte americano), por causa do petróleo, da compra de armamento de petródólares, de dinheiro gasto as universidades? Os Estados Unidos continuam a sofrer. Aqueles que enfrentaram os perigos pela primeira em vez estão a morrer de doenças complicadas respiratórias e com pouco apoio. Tudo em aberto.As feridas, ainda abertas, são profundas e mudara o mundo ocidental, muito especialmente os Estados Unidos, nação que nunca tinha sido atacada no seu solo – sempre faziam ataque nos solos dos outros-, Guerras Mundiais, Kuwait, Iraque, Grenada, Europa, Asia, Afeganistão.
Mas no centro do universo financeiro com os próprios aviões americanos, com pessoas e combustíveis? Nada disso antes tinha acontecido. A recuperação, vinte anos depois ter sido lenta e as cicatrizes são bem profundas e o nome de Al Qaeda tem sido uma constantenas notícias mesmo depois da morte de Bin Laden. Considerando os sacrifícios e custos que houve ao longo dos anos, ver a imagem de 20 anos depois, de o palácio presidencial de Afeganistão ocupado pelos Taliban de metralhadora americana em punho e a confusão e desespero no aeroporto não ajuda a imagem dos Estados Unidos e dos seus aliados.
Pensar que todo o equipamento com toda a nova tecnologia paga pelos americanos vai ser usado pelos inimigos de 20 anos e ainda mais difícil de entender. 11 de Septembro de triste memoria voltou a ser noticia em Agosto de 2021. Um preço alto pago pelas forcas ocupantes e pelo país ocupado.

Presidentes Bush, Obama, Trump visitaram a base de Bagram fechada em julho de 2021
Em Março de 2020, o governo do Afeganistão controlava somente 133 das 400 capitais distritais, quando o governo americano liderado por Donald Trump assinou o tratado com os Taliban, em Doha, no Qatar para a retirada das tropas até 1 de Maio de Trump disse à nação que os Estados Unidos iriam terminar o seu envolvimento na guerra que já durava há 20 anos, mas não completou o seu trabalho antes de ser derrotado e claro que agora a culpa é de quem está no poder.
Rússia passou 10 anos em guerra no Afeganistão (1979-1989).
Este desenlace termina com os Talibans passarem a ter ao seu dispor equipamento e armamento sofisticado e de alta qualidade para usar nas suas próprias pessoas e compartilhar com os seus aliados, para poderem ser duplicados. E todas as mudanças operadas no seu país, vão ser canceladas.


Algumas estatísticas para melhor compreender esta guerra- a mais longa da história americana.
• Inicio da guerra em
7 de Outubro de 2001 em esposta aos ataques de 9 de Septembro 2001, em Nova York, Washington e Pensilvânia.
• Mais de 100.000 tropas americanas passaram pelo Afeganistão
• 2.448 militares mortos, segundo informação de Linda Bilmes, da Harvard University’s Kennedy School and the Brown
University, do projecto custos da guerra, segundo as noticias divulgadas pela Associated Press. alem dos militares,
3.846 contractores americanos perderam a vida.
• 20.662 feridos
• Custo de mais de 2 Triliões de dólares (45 biliões por ano) em operações militares, treino, forças de segurança, reconstrução e desenvolvimento económico sem incluir os futuros custos médicos e despesas com as doenças dos soldados)
• 64.121 tropas mortos e 45.000 civis Afegãs morreram.
População afetada 37 milhões
• 58.000 Bombas lançadas, 41.000 Humvee capturados,21.000 Ford rangers e 6.000 trucks.

  • Agosto 17.2021